China, classificação

Lewis Hamilton não está para brincadeiras.

O britânico não se intimidou com a pista molhada e mais uma vez deu um banho na concorrência, conquistando sua 3ª pole no ano. Ao marcar o tempo de 1m53s860, Lewis provavelmente queria mandar um belo recado, principalmente ao próprio companheiro de equipe, Rosberg. A fase é excelente, Hamilton está de bem com a vida, vai ser difícil segurá-lo enquanto isso perdurar.

Nico, aliás, tem que tomar muito cuidado com suas ações. Considerado um piloto regular e mais cerebral, claramente se desestabilizou na qualificação, forçando mais do que deveria e errando em suas 2 tentativas no Q3. O alemão deve manter em sua cabeça que seu companheiro (e rival pelo título) é muito rápido e, quando estiver impossível de acompanhá-lo, minimizar os prejuízos. Rosberg é esperto o suficiente para vencer corridas na estratégia, mas perder uma posição certa na primeira fila não é algo esperto. No fim das contas, sairá em 4°.

Entre os mercêdicos, a dupla da Red Bull, com Ricciardo em segundo e Vettel em terceiro, mostrando de vez que a pré temporada foi um pesadelo que ficou no passado. O carro é bastante estável em condições de pista molhada, e o circuito chinês favorece as características do bólido dos energéticos, com curvas grandes e que exigem mais downforce.

Aqui, porém, vale uma ressalva.

Vettel está provadamente incomodado com a constante presença de seu companheiro australiano em sua frente. E é bom Seb tomar cuidado com as reações: Daniel está vindo de uma equipe pequena, abre um sorriso até quando é desclassificado. É como uma criança com um brinquedo novo, a empolgação é nítida. Assim, com Vettel já tetracampeão e talvez um pouco chateado por não ter um carro que brigue por vitórias como se acostumou a ter, consegue constantemente batê-lo. Se o alemão ficar só de “mimimi” e não começar a reagir na pista, os críticos poderão começar a aparecer. E aí será interessante em ver como o “garoto prodígio da F1” reagirá.

Completando o top 5 vem Alonso, que historicamente parece se dar bem no circuito de Xangai. E, talvez, tenha motivação extra em mostrar pra Ferrari o que conseguiria fazer com um carro melhor…

A seguir vem as Williams, sexto para Massa e sétimo para Bottas. Mesmo com atualizações para o final de semana, me impressionou o ritmo no molhado dos carros, ainda que tenham ficado a mais de 2s da pole, dada a dificuldade que ambos tiveram em classificações anteriores nestas condições. Isso, como o próprio Felipe falou, pode ser um belo indício do potencial que o carro ainda tem pra evoluir.

Fechando o top 10, Hulkenberg, Vergne e um impressionante Grosjean. Notória a primeira passagem da Lotus para o Q3 nesse ano, mostrando como o francês pode ser um piloto subestimado. Afinal, Maldonado não consegue fazer nada de especial com o bólido atual.

A corrida amanhã não deve ocorrer com chuva, o que pode ajudar Rosberg a superar as RBRs mais rapidamente, sem perder muito contato com o companheiro. Será interessante também para ver como as equipes lidarão com o desgaste de pneus, já que o final de semana conta com os compostos mais duros possíveis da Pirelli e a temperatura não deverá ser alta. Talvez possamos até mesmo ver a maioria dos carros optando por andar a maior parte da corrida com os pneus médios (os mais macios neste caso).

E, depois de uma corrida tão movimentada como foi a etapa anterior, as expectativas para esta estarão, sem dúvidas, lá em cima.

Resultado final da classificação:

1. Lewis Hamilton, Mercedes, 1m53.860s
2. Daniel Ricciardo, Red Bull, 1m54.455s +0.595s
3. Sebastian Vettel, Red Bull, 1m54.960s +1.100s
4. Nico Rosberg, Mercedes, 1m55.143s +1.283s
5. Fernando Alonso, Ferrari, 1m55.637s +1.777s
6. Felipe Massa, Williams, 1m56.147s +2.287s
7. Valtteri Bottas, Williams, 1m56.282s +2.422s
8. Nico Hulkenberg, Force India, 1m56.366s +2.506s
9. Jean-Eric Vergne, Toro Rosso, 1m56.773s +2.913s
10. Romain Grosjean, Lotus, 1m57.079s +3.219s
11. Kimi Raikkonen, Ferrari, 1m56.860s +2.831s*
12. Jenson Button, McLaren, 1m56.963s +2.934s*
13. Daniil Kvyat, Toro Rosso, 1m57.289s +3.260s*
14. Adrian Sutil, Sauber, 1m57.393s +3.364s*
15. Kevin Magnussen, McLaren, 1m57.675s +3.646s*
16. Sergio Perez, Force India, 1m58.264s +4.235s*
17. Esteban Gutierrez, Sauber, 1m58.988s +3.472s**
18. Kamui Kobayashi, Caterham, 1m59.260s +3.744s**
19. Jules Bianchi, Marussia, 1m59.326s +3.810s**
20. Marcus Ericsson, Caterham, 2m00.646s +5.130s**
21. Max Chilton, Marussia, 2m00.865s +5.349s**
22. Pastor Maldonado, Lotus, sem tempo**

* – eliminados no Q2
** – eliminados no Q1

Nada feito

O tribunal da FIA se reuniu hoje para discutir a apelação da Red Bull quanto a sua desclassificação no GP da Austrália, por problemas alegados no fluxômetro de combustível. A decisão: manteve-se a posição dos comissários da referida etapa.

Nenhuma surpresa grande, tendo em vista que a FIA, ainda antes do início da temporada, declarou que seria extremamente rígida quanto à regra do controle de fluxo de combustível. Mesmo tendo alegado que sua unidade tivera vários problemas durante o final de semana e que tais fatos haviam sido alertados à entidade, a Red Bull não conseguiu convencer os integrantes do tribunal, que ainda atentaram ao fato de que as medições, além de “excederem constantemente o limite”, também “apresentaram informações diferentes durante os treinos e corrida, ainda que a unidade de potência não havia sofrido alterações”.

A FIA, ao meu ver, optou por não dar o braço a torcer na hora certa. Tivesse reconhecido o recurso, abriria a possibilidade de contestação de várias outras equipes, que passariam a tentar também utilizar de medidores próprio e, consequentemente, perdendo o controle sobre tal fato.

À Red Bull resta, agora, lamentar o ocorrido e seguir em frente.

Bahrein, Corrida

Essa, definitivamente, me pegou de surpresa.

Depois de duas etapas morosas, a F1 chegou no Bahrein, uma pista que não era notabilizada por corridas das mais emocionantes. Essa impressão, porém, parece ter resolvido tomar um rumo dramaticamente oposto, bem como a noite que tomou lugar às corridas em tardes quentes e ensolaradas em Sakhir.
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Bahrein, TL1 e TL2

Nada de novo: Mercedes continua em um universo diferente do resto.

O tempo em si de Hamilton ainda é mais lento do que os obtidos nos testes de pré-temporada, na mesma pista. Mas o mais impressionante é a diferença de quase 1.1s para a equipe mais próxima, no caso a Ferrari de Alonso, nas simulações de volta de classificação. Mais perto que isso só o próprio companheiro, Rosberg, 0.3s atrás. Os carros prateados só devem perder a pole amanhã por desastre.

O que me chamou a atenção, porém, foi o ganho de tempo do pneu macio em relação ao médio. Foram mais de 2s na média ganhos por cada piloto! O mais intrigante é que o fato se manteve para praticamente todo o grid, se fosse um ou outro carro ainda poderíamos até entender como diferenças em carga de combustível. Vamos notar se a tendência se manterá na classificação.

Quem me intrigou, também, foi a Williams. A equipe pouco andou nos 2 treinos, mesmo promovendo a estréia de Felipe Nasr em uma sessão oficial. No TL2, Massa e Bottas foram sair para a pista apenas após mais de 1h de treino. O time não declarou estar passando nenhum problema, apenas que estava confiante com os resultados obtidos nos testes da pré-temporada na pista, e visava “poupar equipamento”. É uma justificativa razoável, mas para uma equipe que ainda não provou estar tão forte assim neste ano (pelo menos não ao ponto que era esperado após a pré temporada), e com condições de pista diferentes das dos testes (corrida à noite), me parecia mais sensato deixar que os pilotos sentissem mais a pista no segundo treino. Pode ser um excesso de confiança que venha a custar caro pelo time. Outra coisa a conferir daqui pra frente.

De todo modo, após as partidas para as long runs com pneus macios para testar sua durabilidade no TL2, a situação ficou parecida. A Mercedes em seu próprio mundo, e o resto bem embolado. Quem deve brigar para ser os melhores do resto devem ser Ferrari, Force India, Red Bull, McLaren e Williams. E, ao que parece, os pneus macios parecem conseguir durar o suficiente para uma estratégia de 2 paradas ser viável. Muitos pilotos fizeram stints de aproximadamente 15 voltas com eles, sendo que a queda nos tempos por desgaste ficou por volta de 1,5s. Caso a diferença entre os pneus seja mesmo de 2s, pode valer a pena ficar um tempo a mais com os usados na pista.

Resultados (melhores voltas do TL2):

1. Lewis Hamilton Mercedes 1m34.325s
2. Nico Rosberg Mercedes 1m34.690s +0.365
3. Fernando Alonso Ferrari 1m35.360s +1.035
4. Daniel Ricciardo Red Bull 1m35.433s +1.108
5. Felipe Massa Williams 1m35.442s +1.117
6. Jenson Button McLaren 1m35.528s +1.203
7. Sebastian Vettel Red Bull 1m35.606s +1.281
8. Daniil Kvyat Toro Rosso 1m35.640s +1.315
9. Kevin Magnussen McLaren 1m35.662s +1.337
10. Sergio Perez Force India 1m35.802s +1.477
11. Valtteri Bottas Williams 1m35.920s +1.595
12. Jean-Eric Vergne Toro Rosso 1m35.972s +1.647
13. Nico Hulkenberg Force India 1m35.998s +1.673
14. Kimi Raikkonen Ferrari 1m36.366s +2.041
15. Adrian Sutil Sauber 1m36.962s +2.637
16. Esteban Gutierrez Sauber 1m36.975s +2.650
17. Pastor Maldonado Lotus 1m37.259s +2.934
18. Romain Grosjean Lotus 1m37.599s +3.274
19. Jules Bianchi Marussia 1m37.800s +3.475
20. Max Chilton Marussia 1m38.247s +3.922
21. Kamui Kobayashi Caterham 1m38.257s +3.932
22. Marcus Ericsson Caterham 1m39.136s +4.811

Prévia: Bahrein 2014

Agora é definitivo: fiquem de olho na Red Bull. Os dois, se for possível. E bem abertos ainda.

Talvez tenha sido ingenuidade de muita gente (e, confesso, este humilde blogueiro está incluso) desacreditar na capacidade do atual time tetracampeão da Fórmula 1. De completamente perdida em seus problemas há pouco mais de um mês, nesta mesma pista que sediará a 3ª etapa do campeonato, a equipe parece ter tomado um rumo inimaginável e já se desenha como a segunda força do grid atual, atrás da quase perfeita Mercedes.
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Recordando

Simplesmente fantástico esse acervo do site DevianART.

A página reúne fotos de corridas de F1, desde os anos 50 até os anos 90. Não só fotos dos carros, como de pilotos também, e até algumas bem curiosas. Como esta, com Ayrton Senna e Alain Prost cara a cara, em um momento de conversa amigável, talvez.

Fico imaginando como seriam as conversas entre ambos hoje em dia se fossem possíveis.

Problemas técnicos

Bem, não são só os carros deste ano que estão tendo problemas de confiabilidade…

O blog aqui está passando por umas dificuldades (mais conhecidas como “problemas de internet”), e talvez fique sem algumas atualizações por mais alguns dias. Mas logo que a situação normalizar, o conteúdo continuará a ser atualizado na medida do possível.

Austrália, Corrida

O grande trunfo para quem queria uma embolada (que era a chuva) não veio. Aí, virou barbada.

A vitória de Rosberg foi tão tranquila como a de Hamilton, em 2008, a clássica “de ponta à ponta”. E o maior motivo para tal pode vir justamente de Lewis, um dos amaldiçoados pelos problemas “aleatórios” que deverão fazer muita gente praguejar neste ano ainda.

Rosberg vence na Austrália, e não foi nem um pouco difícil.

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